Mostrar mensagens com a etiqueta ricardo reis. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta ricardo reis. Mostrar todas as mensagens

13 julho 2013

ricardo reis / uns, com os olhos postos no passado



Uns, com os olhos postos no passado,
Vêem o que não vêem; outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.

Por que tão longe ir pôr o que está perto-
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
É quem somos, e é tudo.

Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos. Colhe
O dia, porque és ele.




ricardo reis



20 junho 2013

ricardo reis / estás só



Estás só. Ninguém o sabe. Cala e finge.
Mas finge sem fingimento.
Nada 'speres que em ti já não exista,
Cada um consigo é triste.
Tens sol se há sol, ramos se ramos buscas,
Sorte se a sorte é dada.

  

ricardo reis



22 abril 2013

ricardo reis / tão cedo passa tudo quanto passa!





Tão cedo passa tudo quanto passa!
Morre tão jovem ante os deuses quanto
                Morre! Tudo é tão pouco!
Nada se sabe, tudo se imagina.
Circunda-te de rosas, ama, bebe
                E cala. O mais é nada.



ricardo reis