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29 agosto 2023

manuel simões / laguna véneta



 

1
 
A névoa flutua à flor
da ausência. Ofusca o olhar
sem horizonte.
Envolve-nos, densa
e branca; avança nua,
sensual como o algodão
que subtilmente se insinua
e nos invade o coração.
 
2
 
Os navios soltam sons agudos,
sinais do desespero,
como as grandes aves
à deriva,
deslizando sem memória
de navegação.
 
 
Veneza, 31.1.97
 
 
 
manuel simões
errâncias, 1998
da outra margem
antologia de poesia de autores portugueses
organização de armandina maia
instituto camões
2001
 



 

12 setembro 2011

manuel simões / i quattro cavalli dell`apocalisse

.










  
Stanno attenti ai segni, al rumore lagunare,
all`aria che obliqua trema sulle nervature
del corpo. Sottratti alla luce Bianca del deserto,
spiano l`erosione della pietra, il respirare
dell`autunno implacabile…




manuel simões
venezia
itinerari poetici
supernova
1992