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07 março 2025

izidro alves / uma vez por ano

 




 

 
Uma vez por ano no mesmo mês
Regressamos à casa onde nascemos:
Limpamos o pó dos retratos
Tiramos as aranhas dos candeeiros
Abrimos as janelas mais pequenas
Espirramos e tossimos como antigamente.
 
Olhamos um para o outro
E nos olhos de cada um
Vemos os olhos de todos os mortos.
Sem nada para dizermos
Falamos com as mãos sujas
Da nespereira a bater na janela.
Como da última vez
Deixamos a luz acesa.
 
 
 
izidro alves
cédula do mundo
labirinto
2025