12 setembro 2008

vasant abaji dahake / tarde






Esta é uma tarde completa:
mil cacos de solidão.
Eu conto
eu comparo
eu formo
eu junto.
Estas são as minhas mãos nuas
numa mesa nua e triste.
Tento fixar este instante,
este fragmento de tempo, dissecá-lo completamente.
Tenho os olhos bem abertos.
Sinto o áspero e louco toque
da solidão.
Um sol branco, solitário e enlouquecido
está suspenso
no céu branco.






vasant abaji dahake
(índia, n. 1942)
tradução de pedro amaral
em quartzo, feldspato & mica





5 comentários:

Chellot disse...

"Um sol branco, solitário e enlouquecido..."
A solidão tem o poder de enlouquecer almas despreparadas.

Adoro ler seus poemas e textos que enraizam-se aqui.

Beijos de vida.

Claire Simone disse...

Adorei o poema. Não conhecia o autor... Muito obrigada, já fiquei mais rica por ter vindo aqui.

Helena Teiro disse...

Um sol branco, solitário e enlouquecido. Eu estou suspensa
eu estou no céu branca viajante pelo espaço.
Amo esta viagem.
As viagens que estão cá dentro.

Anónimo disse...

Navegando pelo santo Google em busca de tesouros (poesias e contos) ancorei meu barco nesse lindo navio. Simplesmei amei as poesias. Que pedra preciosa e lapidada esse site. Também tenho a alma de poeta como você.

Anónimo disse...

muito obrigado! tuas leituras tornam as minhas ainda mais prazerosas! lindo trabalho...