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23 julho 2022

henry deluy / o mar tratava da paisagem

 
 
O mar tratava da paisagem. – Era
A mim que calhava estar sentado, - ali
Perto de um sopro incolor. – Uma luz
Púrpura tombava em ondulações densas
E azuladas. – Retalhos de conversas
Da véspera vinham-nos à memória.
O mar estava nu.
 
             *
 
Estava verdadeiramente nu.
 
 
 
henry deluy
primeiras sequências
trad. colectiva mateus, set. out. de 2000
quetzal editores
2002




07 setembro 2015

henry deluy / a memória de ti




A memória de ti - não a tua imagem.

                 *

Depois chorar.




henry deluy
primeiras sequências
trad. colectiva Mateus, set. out. de 2000
quetzal editores
2002





31 agosto 2014

henry deluy / nesta última fotografia,



Nesta última fotografia, vais
Buscar água. – Já não virás
Para mim. – Nem mesmo alguns metros,
Nem mesmo diante da porta.

                      *

E eu, eu fico.



henry deluy
primeiras sequências
trad. colectiva Mateus, set. out. de 2000
quetzal editores
2002




04 julho 2014

henry deluy / o mar



O mar era quase uma estrada ao longo da costa.
Ao longo da palavra costa. ─ Pois não havia palavra
Mais afastada de nós ─ Eram, sim, os rochedos,
À beira-mar. ─ E o mar era como uma entrada

                               *

Para não chegar à morte.


henry deluy
primeiras sequências
trad. colectiva Mateus, set. out. de 2000
quetzal editores
2002




16 novembro 2006

henry deluy




Esquecer tudo, - à tarde
Quando a luz declina.


*


Depois dizer a verdade.








henry deluyprimeiras sequências
trad. colectiva Mateus, set. out. de 2000
quetzal editores
2002