dos anjos lentos.
dos rios obstinados.
dos pequenos passos
a caminho das mãos dissolvidas.
espalhará a neblina
tocada em mel a indiferença
que povoou de ausência
as libélulas interiores.
no lado esquerdo do peito
o musgo dispersivo cobre o tempo
subtis pormenores
de gestos que escapam.
o sofrimento vigia os mares
e na película dos amieiros
a noite cai árida e grave.
contempla o mármore da face.
ouve a densa página das dunas,
nas pegadas solitárias do outono
sobre os abismos do oeste.
à verdura da terra
cobrirá de lama e sulcos
o teu reino.
escrever foi um engano
o correio dos navios
2001
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