contra-sepulcro.
Na minha terra, as ternas provas da primavera e os
pássaros mal enfarpelados são
preferidos às metas longínquas.
A verdade espera pela aurora junto a uma vela acesa.
A vidraça da janela é desleixada. Isso que importa a
quem é atento?
Na minha terra não se interroga um homem emocionado.
Não há sombra maligna sobre a barca que mete água.
Bom dia sem mais, é coisa desconhecida na minha terra.
Só se pede emprestado o que se pode devolver aumentado.
Há folhas, muitas folhas nas árvores da minha terra.
Os ramos são livres de não carregarem frutos.
Não se acredita na boa fé do vencedor.
Na minha terra agradece-se.
sonhador definitivo e perpétua insónia
uma antologia de poemas
surrealistas escritos em língua francesa
trad. regina guimarães
contracapa
2021
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