massajou-me as costas o jovem Sahid,
e o seu peito alto ofegou de tal modo
que as comportas todas do céu se abriram:
os joelhos dobrados tremeram na pedra,
seu hálito fundiu-se com os vapores da sala.
Do seu ventre, alpendre cheio de trigo e palha,
escorreram chuvas tardias alagando o solo.
E depois, o sabão. E depois, a água.
E depois,, toalhas e chávenas fumegantes.
Com o passar do tempo as comportas do céu entraram
à socapa no espaço reduzido que há entre as palavras.
tradução de joão paulo esteves da silva
nervo/23
colectivo de poesia
janeiro/abril 2025
Sem comentários:
Enviar um comentário