09 janeiro 2025

emanuel jorge botelho / claro/escuro

 
 
 
faço o quê com a amargura?
guardo-a no bolso,
ou ponho sobre ela o peso de um dia aziago?
talvez o mar me salve, ou me converta,
talvez a terra seja o meu arado.
 
quando o tempo passar à minha frente,
peço-lhe uma folha de tília,
e um pedaço de céu.
 
 
 
emanuel jorge botelho
sombras e outros disfarces
averno
2022
 



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