18 de Agosto 1947
Uma obra não resolve nada, assim como o trabalho de uma geração inteira
não resolve nada. Os filhos – o amanhã – recomeçam sempre e ignoram alegremente
os pais, o já feito. É mais aceitável o ódio, a revolta contra o passado do que
esta beata ignorância. O que havia de bom nas épocas antigas era a sua
constituição graças à qual se olhava sempre para o passado. Este o segredo da
sua inesgotável plenitude. Porque a riqueza de uma obra – de uma geração – é sempre
determinada pela quantidade de passado que contém.
cesare pavese
o ofício de viver - diário (1935-1950)
trad. alfredo
amorim
relógio d´água
2004
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