Dou sangue ao vestido.
Abro-o com o coração desabotoado
e enfio-me na primeira trégua do linho.
 
 Desço o vestido pela cabeça, ombros,
abro-o nas ancas onde fica a levitar
com a pele das fibras e beijar a pele.
 
 Fotografo o vestido
e tu transforma-lo em fumo de catarse
e oferece-lo aos deuses do silêncio.
 
 Desenhas uma casa com
o meu corpo. Dispo-me.
 
 Engomas o sangue que despi.
 
  
  
  
  
 maria f. roldão
pequeno sangue
volta d´mar
2021
Abro-o com o coração desabotoado
e enfio-me na primeira trégua do linho.
abro-o nas ancas onde fica a levitar
com a pele das fibras e beijar a pele.
e tu transforma-lo em fumo de catarse
e oferece-lo aos deuses do silêncio.
o meu corpo. Dispo-me.
pequeno sangue
volta d´mar
2021

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