em circunstâncias desconhecidas,
o Ser Ideal deixou de ser suficiente a si próprio.
talhado das trevas, forjado da claridade
nos seus jardins sonolentos sobre o mundo.
na má companhia da matéria?
falidos, malfadados,
sem perspectivas de eternidade?
com um espinho cravado no calcanhar?
A Harmonia dilacerada pelas
águas revoltas?
A Beleza
com os seus nada atraentes intestinos?
E o Bem –
para quê a sua sombra
se antes não a tinha?
por mais fútil que pareça,
mas isso não será revelado nem pela Verdade Nua,
ocupada em remexer
no vestuário terreno.
aparas varridas pelo vento de debaixo das estátuas,
resíduos do grande Silêncio nas alturas…
instante
trad. elzbieta milewska e sérgio neves
relógio d'água
2006
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