Não quero morrer não quero
Apodrecer no poema
Que o cadáver das minhas tardes
Não venha feder em tua manhã feliz
                               E o
lume
Que tua boca acenda acaso das palavras
– ainda que nascido da morte – 
some-se
                               aos
outros fogos do dia
aos barulhos da casa e da avenida
                               no
presente veloz
Nada que se pareça
a pássaro empalhado múmia
de flor
dentro do livro
                e o que da noite volte
volte em chamas
                ou em chaga
                vertiginosamente
como o jasmim
que num lampejo só
ilumina a cidade inteira
ferreira gullar
a rosa do mundo 2001 poemas para
o futuro
assírio & alvim
2001