09 junho 2025

eduarda chiote / a incerta sujeição da arte

 
 
 
Puderas ter criado
mares
em que o contacto da luz
não magoasse
quer a leveza do fogo
quer a respiração funda
da água
e de modo a que a imolação
do corpo de ambos
por igual repartisse a
natureza primordial
da arte
e nenhuma lacuna seria
imperfeita,
criança indesejada: pois tudo seria
só,
silêncio,
majestade.
 
 
 
eduarda chiote
a celebração do pó
asa
2001
 



1 comentário:

Jaime Portela disse...

Um excelente poema.
Mas não conheço a autora.
Boa semana.
Um abraço.