e não invejo, pois, a só migalha
que a mão que tens mais leve certo dia
a outros pelo vento cega e espalha.
para o centro da terra, teu miolo;
e, mais, do que isso, a tua chaga-mãe,
a perfeita descida do teu colo,
nos acidentes líricos do leito
em que, de ter-te, só me tenho e esqueço.
e nisso tens a estrela que mereço
brilhando perto, ao fundo do teu peito.
escrito de memória
os quarenta e dois sonetos (1973)
poesia 1956/1991
círculo de leitores
1995
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