1
 
 A névoa flutua à flor
da ausência. Ofusca o olhar
sem horizonte.
Envolve-nos, densa
e branca; avança nua,
sensual como o algodão
que subtilmente se insinua
e nos invade o coração.
 
 2
 
 Os navios soltam sons agudos,
sinais do desespero,
como as grandes aves
à deriva,
deslizando sem memória
de navegação.
 
  
 Veneza, 31.1.97
 
  
  
 manuel simões
errâncias, 1998
da outra margem
antologia de poesia de autores portugueses
organização de armandina maia
instituto camões
2001
  
da ausência. Ofusca o olhar
sem horizonte.
Envolve-nos, densa
e branca; avança nua,
sensual como o algodão
que subtilmente se insinua
e nos invade o coração.
sinais do desespero,
como as grandes aves
à deriva,
deslizando sem memória
de navegação.
errâncias, 1998
da outra margem
antologia de poesia de autores portugueses
organização de armandina maia
instituto camões
2001
 

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