Ed é súbito sera.                                          Salvatore Quasimodo...

    Quando pouco na vida nos consola do tempo, esse verdugo indiferente, por vezes, muito raramente, na monotonia da noite, entre repetidos ...

    Uma casa vazia, outra demolida, uma criança morta a quem contam histórias, fantasmas despedidos que se desvanecem, cinza e osso, pedras ...

  Entre a pele e o osso ainda respira um tremor – isso a que chamam alguns alma – um obstinado estertor, inútil esforço de sobrevivência. A ...

    Vi o mar pela manhã contorcer-se e saltar – verde negro e espumas ao vento – com as primeiras chuvas de novembro. No silêncio da minha c...

    Em Veneza, velho e envelhecido, quase mudo, rodeado de livros, de solidão, de gatos o poeta Ezra Pound, falou, num breve, muito breve en...

Sozinho, na penumbra de outra noite, neste quarto onde a ténue claridade da lua filtrando-se pelas cortinas, ilumina a mancha gran...

Antes que chegue a noite sobre o mar e atire o vento da nortada as minhas húmidas cinzas para o nada. Antes que os gastos gestos se ...

Um gato que mia na noite antes de morrer, um gato que mia, o seu histérico adeus. Que segredo, que estranho e banal mistério a v...

Recorda-os, antes que o álcool os leve ou a memória os maquilhe e confunda, antes que sejam sonhos esquecidos, as marcas de um...

Falamos de sórdida política ou de alguém que acaba de           telefonar, das mudanças do dia e das rajadas da nortada, tudo sem ...

Um, com o punho apoiado no queixo, outro, com a cabeça enfiada nas mãos, e o terceiro de olhos postos no vazio, os três velhos do...

Voltar a uns versos de Kavafis, de Eliot, como quem regressa a uma casa que foi nossa há anos. Repetir as sílabas, iluminar os símb...

Música silenciosa da cor, rumor do pincel e da tela, símbolo simples, segredo azul e cinzento. O tempo passa, mas não fere, parece ...

Esta cidade tem hoje o teu rosto e as gaivotas voam na orla dos teus olhos, sob as nuvens cinzentas da tua fronte. Ramos verdes de Abril ag...

A comprida, vagarosa língua da morte lambeu a mão daquele que escreve, lucidez ou loucura, ninguém sabe; só restam palavras, palavras roída...

Dois corpos que se estreitam e crescem e penetram na noite de sua pele e sexo, duas trevas entrelaçadas que inventam na sombra a sua origem,...

um sonho desolado e preciso real e irreal como a vida e uma misteriosa encenação inquietantes ilustrações de novela gótica ou difusas prisõe...

Para onde foi o amor , anuncia a rádio, com a Bette Davis, num cinema de subúrbio, e também eu pergunto, inutilmente te pergunto, para onde ...