Envelheceu dentro de teus olhos; eras a doçura e o extermínio e amei teu corpo em seus frutos nocturnos.     Tua inocência é como uma ...

    Meu rosto ferve nas mãos do escultor cego.     Na pureza dos pátios imóveis ele pensa docemente nos suicidas; está a criar a velhice:   ...

    Não tenho medo nem esperança. De um hotel fora do destino, vejo uma praia negra e, longínquas, as gran- des pálpebras de uma cidade cuja...

Teu cabelo encanece entre minhas mãos e, como águas silenciosas, as recordações abandonam-nos. Sinto a frialdade da existência mas...

O esquecimento é a minha pátria vigiada e ainda tive um país mais vasto                 e desconhecido. Regressei no meio de um s...

Alguém entrou na memória branca, na imobilidade do coração. Vejo uma luz debaixo da névoa e a doçura do erro faz-me fechar os o...

Tenho frio junto aos mananciais. Subi até cansar o coração. Há erva negra nas ladeiras e açucenas roxas entre sombras, mas,...

    Entre o estrume e o relâmpago escuto o grito do pastor. Ainda há luz sobre as asas do gavião e eu desço às fogueiras húmidas. ...

    Houve um tempo em que as minhas únicas paixões      eram a pobreza e a chuva. Agora sinto a pureza dos limites e a minha p...

    Um bosque abre-se na memória e o cheiro a resina é útil ao meu coração. Vi as esferas do suor e os insectos na doçura; d...

Lancei ao abismo o osso da misericórdia; não é neces- sário quando a dor faz parte da serenidade, mas a luci- dez trabalha em ...

Meu rosto ferve nas mãos do escultor cego. Na pureza dos pátios imóveis ele pensa docemente nos suicidas; está a criar a velhice: o...

Neste país, neste tempo cuja angústia se desenha em lápides de      mercúrio, vou estender os meus braços e penetrar na erva, vou desl...

Envelheceu dentro de teus olhos; eras a doçura e o extermínio e amei o teu corpo em seus frutos nocturnos. Tua inocência é como uma faca...

Fingia um rosto no ar (fome e marfim dos hospitais andaluzes); na extremidade do silêncio, ele ouvia a campainha dos agonizantes. Olhava-no...

Há uma erva cujo nome não se sabe; assim foi a minha vida. Regresso a casa atravessando o Inverno: esquecimento e luz sobre as roupas húmida...

(…) Que sabes tu da mentira, que sabes tu das substâncias suportáveis? Como entrareis na minha paciência? A minha língua é velha em duas cas...

Estou nu diante da água imóvel. Deixei minha roupa no silêncio dos últimos ramos. Isto era o destino: chegar à margem e ter medo da quietud...

Na sua canção havia cordas sem esperança: um som longínquo de mulheres cegas (mães descalças no pre- sídio transparente do sal). Soava a mor...