Quero ainda contemplar a tarde e acreditar nela. Quero ainda estar vazio de coragem alguma. Vazio como sempre estive. Agora que o sol ...

      4 as plantas treinam a paciência dobrando mais os braços. doem por cima das pedras, caminham vagamente como animais sem asas. as plant...

      O cidadão pacífico toma café e rói as unhas enquanto os dias passam – o Sol, os cometas, as searas, os Deuses, os fabricantes de calen...

      percebi cedo que o mundo doía. o medo ainda não tinha nome, quando lhe paguei, com lágrimas, o primeiro dízimo.   depois, foi só cresc...

      Se tiver de ir para lá, gostaria   de uma lista telefónica sobre   a qual me possa sentar numa cadeira –   gostaria de acreditar   que...

      Estrangeiro do silêncio num mundo arrasado; vertente da extrema melancolia e da coragem e da velocidade do amor e do medo.   Dono da c...

      Dizei-me, como têm lucro os fabricantes de ferramentas? Uso o mesmo martelo há quarenta anos. A chave de fendas turva de ferrugem pass...

      Podem todos rir de mim, Podem correr-me à pedrada Podem espreitar-me à janela E ter a porta fechada.   Com palavras de ilusão Não me c...

    Eram sete e meia do Outono e eu esperava não interessa quem. O tempo cansado de estar ali comigo a pouco e pouco desandou e deixou-me al...

    Só à ordem aspiro, e à beleza que em mulher não cabe. Só aspiro à vida que não duvida, que cumpre sem sombras os desígnios, sem intriga....

      Apanhar as palavras mesmo do chão já pobres esvaídas maltratadas   e reuni-las no poema para que entre si façam calor e companhia como...

    XV   Nos muros adolescentes apareciam na cal iniciações sagradas, riscos, traços, curvas, sóis estreitos de Vénus – toda a geometria suj...

    5   hortelã bravia esmagada contra o rosto seiva morna sobre o ventre emaranhado nas trepadeiras secas latas de conserva detritos de com...