Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã... Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã, E assim será possível; mas hoje não... ...

Estou a ver o estilo: a folha de canabis ao peito, os óculos de Foucault não-li e uma devoção macrobiótica tão estúpida quanto in...

2/ Primeiro o corpo. Não. Primeiro o lugar. Não. Primeiro ambos. Ora um deles. Ora o outro. Até fartar de um deles e tentar o outro. At...

Aqueles olhos aproximam-se e passam. Perplexos, cheios de funda luz, doces e acerados, dominam-me. Quem os diria tão ousados? T...

1 Saíu de um nome sem eco e está sentado à minha mesa. Com o sorriso pronto a contornar o tédio a quietude da minha existênci...

A tarde mastiga o para-sol da minha alma e lembro-me de você, Lúcia – sombra esguia estirada no limbo orvalhando o balir da juventu...

  1   estas cidades, grés animal, as garrafas de sangue nos passeios,   prenunciam devagarmente um acordar translúcido. o que   m...

Ninguém aqui, e o corpo diz: o que se diz não é para ser dito. Mas ninguém é também um corpo, e o que diz o corpo ninguém ouve ...

Respirar o menos possível nestas cidades de uma tristeza sem idade abrindo o espaço com os gestos lentos de um náufrago a...

Não faças versos sobre acontecimentos. Não há criação nem morte perante a poesia. Diante dela, a vida é um sol estático, não aque...

Eu, lobo das estepes, corro, corro, a neve cobre o mundo, da bétula levanta voo o corvo, mas nunca aparece uma lebre, nunca apare...

não sou uma mulher moderna não me ligo à net gosto de compras ao vivo cujas listas faço em cadernos de argolas que depois esqueço...

Há dias em que julgamos que todo o lixo do mundo nos cai em cima depois ao chegarmos à varanda avistamos as crianças correndo n...