11 fevereiro 2015

fernando luís / num café de bolonha



1
Saíu de um nome sem eco
e está sentado à minha mesa.
Com o sorriso pronto
a contornar o tédio a
quietude da minha existência.
O olhar tão nublado
como pisada erva e carvão
desenhava a fútil harmonia
entre alma e desejo,
vontade e o remoinho dela
cá fora.
Ali estava sem ocasião
para o destino. Por outras
palavras,
nunca quis olhar a agitada
superfície do lago
nem perder o seu rosto.



fernando luís
num café de bolonha
as escadas não têm degraus 3
livros cotovia
março 1990




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