08 agosto 2022
josé alberto mar / um rosto uma ilha
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Um rosto, uma ilha de aparências separada pelas águas onde é breve a mão antiga do sono vivo por dentro lembrando a amarga inocência dos...
07 agosto 2022
fernando luís / desviou o rosto
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Desviou o rosto. Sabia como ninguém suster a conduta dos instintos. Estonteante, sob as águas, fechou-se à tempestade. O céu esfolava ...
06 agosto 2022
eduardo pitta / no enredo dos caminhos
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1. Os cães eram mudos e deu com eles por acaso, farejando relógios de areia. Naquela terra árdua havia ainda o enigma dos homens e do ...
05 agosto 2022
emanuel jorge botelho / viagem, (estudos)
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1. que golfinho cortou a pele da água, o mapa embuçado nas esquinas do medo? quem sarou a morte do sal? 2. há uma âncora de fo...
04 agosto 2022
al berto / regressa do túmulo dos mares do sul
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regressa do túmulo dos mares do sul enterra os dedos na penumbra que separa o dia da noite das cidades recorda o restolhar das serpentes...
03 agosto 2022
antónio pedro / distância
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XXI Sei lá das coisas perdidas! Sei lá das coisas ganhadas! – Sei das sombras esmaiadas, Sempre em mim anoitecidas. – Sei dos sonhos q...
02 agosto 2022
yvette k. centeno / o café
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Sentadas nas mesas do café as pessoas olhavam sem ver bem e nos olhos de cada uma iam passando a sério os ódios pequeninos quotidianos...
01 agosto 2022
josé maria valverde / o céu envenenado
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Meus filhos, as chuvas deste outono vão ser, outra vez, doces e amáveis. Mas não vos molheis muito, ninguém sabe o que se passa com os s...
31 julho 2022
daniel faria / do inesgotável
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Abriu-se em ferida a cerca do teu corpo E deixas vindimar-me quem quer Que passe Até o muro é sombra que não floresce Enquanto me repe...
30 julho 2022
rui lage / a demora do carteiro
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Pela aurora a miríade canora Amotina ausência geométrica, Alfaiates sobre água inodora Decifram-me saudade aritmética. Partiu-se-me a ...
29 julho 2022
marta navarro; paola d´agostino / medo, eu?
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Medo, eu? Sim, tive uma vez Acabara de bater a meia-noite eu voltava para casa pela Rua do Jardim do Tabaco e num dos armazéns uma...
28 julho 2022
antónio manuel couto viana / café de subúrbio
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2. Choram para o chão os guarda-chuvas. Chove e faz frio. O café está cheio. Lento, descalço as luvas, Pego num livro e leio. É um livr...
27 julho 2022
mário dionísio / memória dum pintor desconhecido
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46 Neste café quase deserto não espero hoje ninguém senão a cor difusa duma ausência que não magoa e sabe bem Uma palavra ou outra inc...
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