04 agosto 2015
josé tolentino mendonça / reis magos
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Uma mesa de plástico, branca junto da tarde que morre e renasce por pequenas paixões de repente estávamos sozinhos as ilhas muit...
03 agosto 2015
eugénio de andrade / espera
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Horas, horas sem fim, pesadas, fundas, esperarei por ti até que todas as coisas sejam mudas. Até que uma pedra irrompa e flor...
02 agosto 2015
miguel torga / regresso
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Quanto mais longe vou, mais perto fico De ti, berço infeliz onde nasci. Tudo o que tenho, o tenho aqui Plantado. O coração e os p...
01 agosto 2015
ricardo reis / não só quem nos odeia ou nos inveja
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Não só quem nos odeia ou nos inveja Nos limita e oprime; quem nos ama Não menos nos limita. Que os deuses me c...
2 comentários:
31 julho 2015
pascalle monnier / the murphy bed (excerto)
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Olharei o mar das janelas da minha casa como hoje vejo os automóveis e adivinharei as trovoadas as tempestades e ...
30 julho 2015
charles simic / adensam-se as nuvens
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Parecia o género de vida que queríamos. Morangos silvestres com natas pela manhã. Em todos os quartos a luz do sol. Nós os dois a...
29 julho 2015
alda merini / e mais fácil ainda
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E mais fácil ainda me seria descer a ti plas mais sombrias escadas, aquelas do desejo que me assalta como lobo infecundo noite ad...
1 comentário:
28 julho 2015
antónio barbedo / praia do cais
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Depois do asfalto é areia. A seguir o cais. Encontras o trilho, carris velhos. Um comboio ao entardecer, Senhora da Hora, Trin...
27 julho 2015
luís miguel nava / paisagem citadina
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A pele por fulgurantes Instantes muitas vezes abre-se até onde seria impensável que exercesse com tão grande rigor o seu domínio....
26 julho 2015
teixeira de pascoaes / e a noite, onde murmura a nossa origem,
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E a noite, onde murmura a nossa origem, Subiu comigo aos cerros do Marão. E a estrela virgem Da Anunciação, Dos seus lábios, ca...
24 julho 2015
almada negreiros / civilização e cultura
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Uma mesa cheia de feijões. O gesto de os juntar num montão único. E o gesto de os separar, um por um, do dito montão. O primeiro ...
23 julho 2015
wallace stevens / chá
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Quando a orelha-de-elefante do parque Se engelhava de frio, E as folhas nas veredas Corriam como ratos, O teu candeeiro tombava...
22 julho 2015
gil t. sousa / onde mora o coração
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ainda que um último navio viesse pousar-me nas mãos toda a solidão das ilhas e na brevíssima noite dos mortos rompesse lí...
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