28 julho 2015

antónio barbedo / praia do cais

  

Depois do asfalto é areia. A seguir
o cais. Encontras o trilho, carris velhos.
Um comboio ao entardecer, Senhora da
Hora, Trindade. Foi outro verão, não sei porque
te lembro agora. O vento solta os toldos
desertos. A pequena  luz do navio esmorece. Um cão
corre na praia  com o livro nos dentes.


antónio barbedo  
encontros de talábriga
festival internacional de poesia de aveiro
1999/2003



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