VIII   Foi para ti que criei as rosas. Foi para ti que lhes dei perfume. Para ti rasguei ribeiros e dei às romãs a cor do lume.   Foi ...

      Estás só, e é de noite, na cidade aberta ao vento leste. Há muita coisa que não sabes e é já tarde para perguntares. Mas tu já tens pa...

      Ainda esta poeira sobre o coração queria que chovesse sobre os ulmeiros sair limpo desses olhos da luz que se demora a polir os seixos...

      VII. Noite Transfigurada   Criança adormecida, ó minha noite, noite perfeita e embalada folha a folha, noite transfigurada, ó noite ma...

    1   Podias ensinar à mão outra arte, essa de atravessar o vidro;   podias ensiná-la a escavar a terra em que sufocas sílaba a sílaba;   ...

    VI Não canto porque sonho. Canto porque és real. Canto o teu olhar maduro, o teu sorriso puro, a tua graça animal.   Canto porque sou ho...

     V Nos teus dedos nasceram horizontes E aves verdes vieram desvairadas Beber neles julgando serem fontes.       eugénio de andrade as mã...

    Devia ser nos começos do verão, os inumeráveis jacarandás de Jerez de la Frontera estavam em flor. Nos pátios da luxuosa vivenda onde me...

   O Porto é só uma certa maneira de me refugiar na tarde, forrar-me de silêncio e procurar trazer à tona algumas palavras, sem outro fito...

    V Nos teus dedos nasceram horizontes e aves verdes vieram desvairadas beber neles julgando serem fontes.     eugénio de andrade as mãos ...

    IV Somos como árvores só quando o desejo é morto. Só então nos lembramos que dezembro traz em si a primavera. Só então, belos e despidos...

      III Quando em silêncio passas entre as folhas, uma ave renasce da sua morte e agita as asas de repente; tremem maduras todas as espiga...

    Há nomes que a nossa memória recusa guardar sozinhos. Não é que não tenham em si mesmos sortilégio bastante para atravessarem a morte de...

      I Só as tuas mãos trazem os frutos. Só elas despem a mágoa destes olhos, e dos choupos, carregados de sombra e rasos de água.   Só ela...

      1. O corpo sabe. O corpo não esqueceu ainda a direcção do sol: fará a casa perto do mar, fiel ao quase adolescente coração da água. As...

    29   Tu és a esperança, a madrugada. Nasceste nas tardes de setembro, quando a luz é perfeita e mais doirada, e há uma fonte crescendo n...

    49   Sei onde o trigo ilumina a boca. Invoco esta razão para me cobrir com o mais frágil manto do ar.   O sono é assim, permite ao corpo...

    23   Este país é um corpo exasperado, a luz da névoa rente ao peito, a febre alta à roda da cintura.   O país de que te falo é o meu, nã...

    Vinham ao fim do dia. Talvez chamados pelo brilho dos dentes, ou das unhas, ou dos vidros.   Eram de longe. Do mar traziam o que é do ma...

Sei agora como nasceu a alegria, como nasce o vento entre barcos de papel, como nasce a água ou o amor quando a juventude não é um...