25 abril 2021

eugénio de andrade / matéria solar

 
 
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Este país é um corpo exasperado,
a luz da névoa rente ao peito,
a febre alta à roda da cintura.
 
O país de que te falo é o meu,
não tenho outro onde acender o lume
ou colher contigo o roxo das manhãs.
 
Não tenho outro, nem isso importa,
este chega e sobra para repartir
com os corvos – somos amigos.
 
 
 
 
eugénio de andrade
matéria solar
poesia
fundação eugénio de andrade
2000






 

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