08 dezembro 2018

eugénio de andrade / branco no branco




XLIX

As casas entram pela água,
a porta do pátio aberta à estrela
matutina, em flor
os espinheiros,

nas janelas apenas a cintilação
juvenil do mar antigo,
esse que viu ainda as naves
do mais errante de quantos marinheiros

perderam norte e razão
a contemplar a reflectida estrela
da manhã:
só na morte não somos estrangeiros.




eugénio de andrade
branco no branco
poesia
fundação eugénio de andrade
2000






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