13 setembro 2018

mário-henrique leiria / claridade dada pelo tempo




9

quando ferem alguém
é a mim     só a mim que ferem
é na minha carne
que todos os golpes se encontram
não quero
não posso com este constante sangrar
separem-me dos outros
separem a minha carne
da carne de todos
deixem-me o sangue
a correr
ser só o meu sangue
e nada mais


mário-henrique leiria
obras completas
poesia
e-primatur
2018








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