06 setembro 2017

rené char / folhas de hipno




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Há pessoas razoáveis que, quando o seu instinto de preservação soçobra sob as exigências do instinto de propriedade, chegam a perder a noção da provável duração da sua vida e do seu equilíbrio quotidiano. Tornam-se hostis aos estremecimentos da atmosfera e submetem-se sem reservas às instâncias da mentira e do mal. É sob uma magnífica saraivada de granizo que em pó se desfaz a sua miserável condição.

         
rené char
furor e mistério
folhas de hipno (1943-1944)
trad. margarida vale de gato
relógio d’ água
2000





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