31 julho 2017

samuel beckett / dortmunder



No mágico homérico crepúsculo
para além do pináculo vermelho do santuário
Eu nulo era velho navio real
apressamo-nos a ir à lâmpada violeta ao som
                   [esganiçado da música K'in da proxeneta.
Ela está de pé perante mim na barraca
                                             [iluminada
sustentando os estilhaços de jade
signaculum escalavrado da quietude da pureza
os olhos olhos pretos até que o oriente plagal
resolva a longa frase da noite.
Depois, como um rolo, enrolado
e a glória da sua dissolução ampliada
em mim, Habacuque, excremento de todos os
                                                           [pecadores.
Schopenhauer morreu, a proxeneta
guarda o alaúde.


samuel beckett
poemas escolhidos
tradução de jorge rosa e armando da silva carvalho
dom quixote
1970



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