10 agosto 2012

enrique garcía-máiquez / as armas e as letras





Aqui onde me vêem
contar a minha experiência
sou um poeta compro-
metido até às sobrancelhas
na campanha audaz
de melhorar a terra.
E, diligente, meto
─  com vontade de luta ─
mãos à obra
no que encontro ao pé.
A batalha mais dura
trava-se-me na cabeça,
e tenho que esforçar-me
─  forçar-me ─  nesta guerra
onde o que perde, ganha
e o que ganha se rende.
A luta é sem quartel,
sem mortos, sem violência,
sem inimigos, sem
armas além das letras…





enrique garcía-máiquez
poesia espanhola, anos 90
trad. joaquim manuel magalhães
relógio d´água
2000



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