25 agosto 2011

e. e. cummings / que horas são pergunto-me esquece


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[ vii ]

  

que horas são pergunto-me esquece
aprecia antes as coisas do céu e à parte
as estrelas por exemplo está tudo traçado
ao lado desse remendo de escuridão há uma como é
que é ah sim cadeira mas não Cassiopeia


talvez fossem meias escorrendo da mesa
tudo o que parecia doce profundo e inexplicável
não sendo dólares unhas dos pés ou ideias
inteiramente roubado(algures entre


os nossos corações sem luz a luxúria espreita
desmazelada e sem abrigo e quando
um beijo parte os nossos lábios são feitos de coisa


no despontar de cantos a alba faz caretas


e eis aí a lua,mais fina que uma mola de relógio







e. e. cummings
xix poemas
trad. jorge fazenda lourenço
assírio & alvim
1998

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