Recta, fixa, longa, para lá, diante…
E em memória, ainda,
A corneta agreste
Daquele circo equestre…
- Que vida, meu Deus! Que mundo!
Que dolorosa agonia!
… E muito fria,
(Tão fria!)
Corre a estrada para lá…
Só num desvario profundo
Choram palhaços… Quem ria?
Fria
A rua
Continua.
- Quem vem lá?...
Meu Deus, que festa
Foi esta?
Quem se ria já não está.
Só a noite cai, caindo
Dilúvios de luz de estrela…
- E aquela orquestra
Da festa,
Que mentira foi aquela?
- Pobres palhaços,
Pedaços
De gargalhadas caindo,
Repartindo
Gargalhadas!
… E continua irritante,
De dolorosa e calada,
A fita da mesma estrada
Recta e longa para diante…
antónio pedro
devagar (1929)
antologia poética
editora angelus novus
braga
1998
Gosto muito.
ResponderEliminarBom ano.
Pobres palhaços, são os únicos que sabem o valor de um sorriso, mesmo sendo um sorriso doloroso.
ResponderEliminarBeijos tranqüilos.
Gostei do seu blog, muito criativo. Parabéns. Se tiver um tempinho, visite meu "Quintal". Abraço, Phylos
ResponderEliminardeixo aqui o meu website de Poesia
ResponderEliminarwww.lusofoniapoetica.com
encantada.
ResponderEliminarcom a descoberta deste ESPAÇO.
que devo à Tradução da Memória.
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fico visita.
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bom ano de 2008.