brilhos com fulgurâncias na opacidade das noites reverbativas
calmas ondulações nos peitos habitados dos habitantes sem casa
deito sobre as águas as águas dos meus olhos crucificados
e espreito as lucarnas das cúpulas sagradas dos infinitos
revejo as lições jamais aprendidas nos cadernos enfurecidos
dos alunos incompreendidos na sua estranheza de seres inertes
que noite de inquietação gritante contra os céus incógnitos
da nossa lua deambulante qual triste noiva sem véus nem flores de
laranjeira
abolidas das tradições nupciais
plásticas
em cerimónias de fantochadas acrílicas
e construções precárias
quanta ilusão desvanecida nas mãos de jovem senhora de
provecta idade
no seu sofá sentada
televisor mudo
os arames de suas roupas em cores de ferrugem
sobre o azul dos cabelos
o amarelo das dores
e a noite que se encolhe
distende
sonha
de olhos semi-cerrados nas covas orbitais
sou?
quem?
como?
quando me imaginaram?
eu sei
no tempo sem tempo
nas costas do universo paralelo a este
onde nado confortavelmente
na piscina aquecida
m.f.s.
"eu sei"
ResponderEliminareu perco-me no tempo e leio-te com prazer
belo!
um beijo e o meu abraço onde a saudade está presente
lena
Gosto muito, muito mesmo.
ResponderEliminarIsabel
podia ter sido escrito por mim - se eu soubesse como...
ResponderEliminar[e assinado com as mesmas iniciais]
Lindo.
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