Sabes que eu
podia ter terminado
como o outro em óstia.
não porque tivesse um amante proletário violento
mas porque me opus a um lado e a outro
da conspurcação.
portanto leitor nunca te esqueças disso
nem da minha mente
tingida pelo sangue da adrenalina
do tempo furioso.
levantava-se um vento forte
em óstia semanas antes,
disse-me uma testemunha.
o mesmo vento áspero
que me faz hoje aquecer as mãos
com o bafo da minha boca
numa interminável
fila de refugiados entre a albânia e a grécia.
lembra-te pois disso leitor
e dá-me paz.
carlos saraiva pinto
escrever foi um engano
o correio dos navios
2001
O vosso blog é do máximo interesse. Parabéns.
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