Eu vejo mamíferos. Mamíferos com nomes estranhíssimos. Esqueceram-se que são mamíferos e crêem-se bispos, canalizadores, leiteir...

Escolher uma razão de ser triste – ele há tantas – e depois sê-lo Sem hesitação, apaixonadamente Dar á luz um poema imerecido ...

Dois horizontes duas árvores dois corpos no meio um arame no meio do arame um frio por cima de tudo uma tempestade d...

O Sol-posto de mau gosto nem acerta com o postal. A tarde hoje veio cedo ainda hoje não comecei. A paisagem não foi feita por mi...

Fala-me Conrad de um tempo, ou melhor, de uma latitude que ultrapassada impede qualquer regresso – como se o destino de um hom...

Pela água vai a lua. Como o céu está tranquilo! Vai ceifando lentamente o tremor velho do rio, enquanto um ramo jovem a toma...

Envelhecemos avaliando perdas corroídos pela solidão e pelo medo tocamo-nos, retemo-nos como azáleas doentes cujas ossos escur...

Não se chega a pertencer nunca a quarto de hotel. Não se lhe ganha afecto (não é nosso por inteiro) se é certo que amanhã outro ...

Vento gélido contra os olhos, raios solares dançam no caleidoscópio das lágrimas quando atravesso a rua, rua que me tem seguido tant...

A minha infância passou Entre tédios e silêncios Entre falsas mesuras E batalhas que não houve De Inverno no ventre Daquela ...

É tempo deste coração permanecer insensível porque já não pode comover o dos outros: mas, se por ninguém eu posso ser amado, ain...

O pai é corcunda e elegante, magnânimo, discreto, compreensivo. Recebe no castelo os filósofos que não suportam o ancien regime ...

* o homem é um hóspede efémero da terra, pensava o poeta asteca, mas um hóspede nem sempre é um homem aqui na terra; na rua, n...