1 No coração da rosa a noite abre as alas do brilho a noite alarga na rosa o seu sim diurno manuel gusmão dois ...

um bando de pianos órfãos atravessava a neve e deixava um rasto de ouro no silêncio negro da tarde velávamos os raros fios d...

Sentada e brincando com a areia… Há tanto tempo, tantos meses que não vejo areia Deixando correr a areia das mãos distraidame...

Poiso a mão vagarosa no capô dos carros como se afagasse a crina dum cavalo. Vêm mortos de sede. Julgo que se perderam no deserto e o s...

Se todo o ser ao vento abandonamos E sem medo nem dó nos destruímos, Se morremos em tudo o que sentimos E podemos cantar, é porqu...

Que rosto procuramos no papel pautado        Enquanto o aparo range na tarde sem-fim E as moscas zumbem e a modorra cai, Que co...

Fui tal qual uma criança E tal qual um homem Conjuguei com paixão O verbo ser e a minha juventude Com vontade de ser homem ...

II Entre os dois mundos, a trégua em que não existimos. Escolhas, dedicações… já outro som não têm senão o som deste jardim desco...

           Ao Augusto Figueiredo Em 1953      atravessar a avenida só para do outro lado ficar a falar de Deus como se o conh...

Se escrevo ou leio ou desenho ou pinto logo me sinto tão atrasado no que devo à eternidade, que começo a empurrar p’ra diante o t...

Nem todo o corpo é carne … Não, nem todo, Que dizer do pescoço, às vezes mármore, às vezes linho, lago, tronco de árvore, nuvem, ...

* se mudares a entoação duma frase, por pouco que seja, então é outro que falará na frase, e se mudares a sua velocidade, então...

Há-de haver um fundo inesperado no extremo oposto onde morrem os sonhos, sob os pés onde procuramos a própria sombra, fundida talve...