Sombra dos mortos, maldição dos vivos. Também nós… Também nós… E o sol recua. Apenas o teu rosto continua A sorrir como dantes, Liberdad...

      Basta olhar essa luz: Tão viva, tão possível, tão presente, Que a distância a que brilha se reduz Ao tempo que o desejo nos consente. ...

  Hoje, Nem a vida me foge, Nem eu fujo; É não sei quê no sol Que está sujo,       miguel torga diário I 1941 poesia completa vol. i dom qui...

    Não tenho mais palavras. Gastei-as a negar-te… (Só a negar-te eu pude combater O terror de te ver Em toda a parte.)   Fosse qual fosse o...

    Não sei quantos seremos, mas que importa?! Um só que fosse, e já valia a pena. Aqui, no mundo, alguém que se condena A não ser conivente...

Brinca enquanto souberes! Tudo o que é bom e belo Se desaprende… A vida compra e vende A perdição. Alheado e feliz, Brinca n...

De tanto olhar o sol, queimei os olhos. De tanto amar a vida, enlouqueci. Agora sou no mundo esta negrura, À procura Da luz e do...

Coimbra, 30 de Março de 1955 Nem tudo é lei da vida ou lei da morte. Há limbos onde o homem desconhece Esse dilema hostil. É...

Coimbra, 3 de Novembro de 1968 Manhã de luz doente Como as folhas que a febre amarelece. O céu, baixo, parece Desprender-se d...

Coimbra, 11 de Abril de 1957 Pois eu gosto de crianças! Já fui criança, também… Não me lembro de o ter sido; Mas só ver repro...

Hesito no caminho. Ninguém segue este rumo… É noutra direcção Que o vento leva o fumo Das paixões… Chegar, sei que não chego,...

Ama quem amas, como o vento Ama as folhas do olmo (Amor que lhes transmite movimento E alegria). Asa que possa andar no firmame...

Coimbra, 12 de Julho de 1957 – Talvez eu me engane a meu respeito e a respeito dos mais. Mas em matéria de revelação da intimidade de ca...

Chama da inspiração, que me devoras, Alarga o teu abraço ao mundo inteiro! Reduz o pesadelo destas horas A um braseiro De amor!...

Folheio a vida Num calendário velho. Dias riscados, como contas pagas. Domingos de repouso, Segundas de trabalho Sábados de c...

Manhã do mundo, que não amanheces! Tantos poetas a cantar na sombra, E nenhuma alvorada se anuncia! Somos nós maus profetas no de...

Remenda a tua rede, pescador! Remenda as ilusões! No maninho areal é que é sonhar!... Ata e refaz a teia Onde, queira ou não qu...

Quanto mais longe vou, mais perto fico De ti, berço infeliz onde nasci. Tudo o que tenho, o tenho aqui Plantado. O coração e os p...

Caldas da Raínha, 11 de Setembro de 1939 Calado ao pé de ti, depois de tudo, Justificado Como o instinto mandou, Ouço, nesta ...

Porque a forma das coisas lhe fugia, O poeta deitou-se e teve sono. Mais nenhuma ilusão apetecia, Mais nenhum coração era seu don...