De quantas facas se faz o amor de quantas pedras se faz o vício de quantos homens se faz o medo de quantas noites se faz a morte de qu...

    no princípio era o silêncio sem rosto apenas vácuo apenas vácuo obstinado raiz de tempo não observado mas repleto de plumas névoa traçad...

    Falam de pão mas comem pão falam de suor mas tomam banho falam de amor mas traem amigos falam de injustiça falam de justiça mas roubam f...

    O meu peito é um tecto Quando os olhos se me fecham pouso as mãos ao acaso do meu túmulo Mapa dos meus sentidos   Do amor tenho tudo a d...

    Espero uma revolução para dormir aguardo êsses dias de glória para me recusar a tudo silêncio meu será de balas seja noite sejam forrada...

    Hoje qualquer criança podia ser dona do mundo ao rasgar este silêncio de pele que envolve a paisagem     fernando lemos poesia porto edi...

    I   o mar cresceu dois dias todos os barcos foram poucos para transportar a dúvida     II   a morte ouviu toda a nossa conversa     III ...

nos meus pensamentos sempre as palavras lutam duas a duas pela verdade palavras se metem dentro de outras palavras querendo idei...

Veneno ou uma viola branca ventre ou duas luvas brancas vidro ou eu abatido na cama domingo ou eu recebendo à bala o...

Ambições não tenho mas alguém corre sozinho nos meus sonhos amargo   medíocre esta mensagem torpedos que alcanço garan...

Dois horizontes duas árvores dois corpos no meio um arame no meio do arame um frio por cima de tudo uma tempestade d...

Quando um dia estiver morto não me chamem assim de morto mas digam que fui um fraco que lutei Não digam que acabei mas que es...

                                  à Manuela Pilar O raio fulminou-me os berlindes         agora invejo os olhos dos mortos es...

           Ao Augusto Figueiredo Em 1953      atravessar a avenida só para do outro lado ficar a falar de Deus como se o conh...

Hoje reservo o dia inteiro para chorar É o domingo decadente     em que muitos esperam pela morte de pé É o dia do sarro que vem ...

Repor na planta da cor brancura em pedra solicitada Reler por vacilação das sílabas em escuridão afundada Rever por o...

Não há tempo         há horas Não há um relógio         há         hábitos que me habitam O poema dói o ponteiro corta...

Atrás de qualquer porta está sempre o mar alto que me espreita Ou então a capa em que o vento abate a dúvida ou a suspeita Linhas rectas se...

à Irene que oiço no amachucar de sedas que me vão lembrando Eu penso em ti mesmo que à tua volta nasçam sementes Porque sou pelo feitio de t...