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24 agosto 2024
albano martins / desta varanda, o mar
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Quando os peixes se revoltam, o mar solta as marés vivas e fica na praia a ver. * Cuando los peces se sublevam El mar suelta las m...
1 comentário:
22 abril 2024
albano martins / ao fim da tarde
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Acrescentarei agora ao fim da tarde: escrever é também lançar bóias ao mar (é isso que se chama escrever sobre a água). Ou atirar em dir...
11 fevereiro 2024
albano martins / espelho
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Há um momento em que o espelho recusa a imagem. Percebes, então, que o vazio é contrário à luz. que o nada e o salitre são a outra face ...
17 maio 2023
albano martins / desta varanda, o mar
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A saudade do cais não é de pedra, é de água. Que o digam os olhos dos que partem, dos que ficam… * La saudade del muelle no es de pied...
04 março 2023
albano martins / preciso de arrumar a casa
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Preciso de arrumar a casa, rever o sistema, brunir os móveis e o tacto. Preciso de opor o tempo ao tempo. O espaço ao espaço. alba...
26 outubro 2022
albano martins / folhas
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Repara: sem vento, as folhas são como sono apenas. Corpos ao relento, que da morte se esquecem. albano martins escrito a vermelho ca...
13 julho 2022
albano martins / quase marinha
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Desta luz, mais branca do que o branco – ou do que o leite, como diria Safo –, o que pode dizer-se é isto: um dia o céu acordou sem nu...
13 dezembro 2021
albano martins / as palavras do pai
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Olha, meu filho, esta é a árvore da vida. Crescerás com ela. Às vezes nos seus ombros colherás lágrimas em lugar de frutos, mas é nos ra...
22 outubro 2021
albano martins / os muros
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Os muros. Todos os muros. Um só muro. E toda a sede. E todo o sal do mar no peito. albano martins por ti eu daria as vogais a...
14 maio 2021
albano martins / assim são as algas
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Das palavras que aprendeste só uma não tem tradução. Quando traduzes o amor, tu sabes que é já outro o seu nome. Assim são as algas quan...
21 março 2021
albano martins / para um desenho de júlio
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júlio O lápis, o carvão desenham a margem fluida dos cabelos e das rosas, os espelhos, a nudez dos apelos albano martins inconcretos d...
17 fevereiro 2021
albano martins / compromisso
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Pertence-te ser homem, afirmar todos os dias que tens um compromisso: ser claro e brando como a luz e, como ela, necessário. E não deixa...
16 dezembro 2020
albano martins / compêndio
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Dizias: daqui o mar parece uma tarântula azul. Eu respondi: vermelhas são as flâmulas das algas e o fermento das águas. ...
17 abril 2020
albano martins / no centro da volúpia
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No centro da volúpia, como essência e forma, como adorno, contorno e cerne, é que o voo se fixa, é que a ave reside e o canto mo...
26 dezembro 2019
albano martins / inocência
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Nenhuma rosa é inocente. Nem mesmo o seu perfume. Que este fere às vezes como os alfinetes dos seus espinhos. albano m...
16 junho 2019
albano martins / pequenas coisas
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Falar do trigo e não dizer o joio. Percorrer em voo raso os campos sem pousar os pés no chão. Abrir um fruto e sentir no ar ...
17 novembro 2018
albano martins / desta varanda, o mar
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Para ser mastro de navio precisas, primeiro, de ser árvore * Para ser mástil de navio necessitas, primeiro, ser árbol....
06 junho 2018
albano martins / como se fosses o mar
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(6-08-1930 / 6-6-2018) Antigamente era assim: bastava o voo duma ave para te arrepiar a pele. Agora os navios cortam ...
1 comentário:
17 setembro 2015
albano martins / simulacro
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Um gesto pode ser um simulacro apenas. Como quando arrefece e acendes a lareira para dar sangue às brasas. No halo da chama...
16 dezembro 2013
albano martins / compasso para elegia
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Não me venham dizer que há remédio: nada substitui a presença das coisas, a presença material das coisas. Os dias da morte ...
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