recebo nos olhos o esplendor
que sombreia os escombros. Olho-as
como símbolos, vêm do meio-dia
solar que afastei, de fímbria
branca, ventres
de água, túrgidos. Levantarão
ainda outros poemas quando já não existam
(não existem agora?) longe daqui
num outro cérebro, num olhar pousado
nas sólidas ruínas, nos destroços
de que o inverno se nutre – por isso
afinal vos amo, nuvens, onde estais…
o esperado fim do mundo já partiu
uma antologia
língua morta
2020
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