11 abril 2024

manuel bandeira / o último poema

 




 

 
Assim eu quereria o meu último poema
 
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos
                                                                intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais
                                                                            límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação
 
 
manuel bandeira
antologia poética
editora nova fronteira
2001



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