21 abril 2024

carlos poças falcão / sempre dançaram




 
 
Sempre dançaram. Mataram. Ergueram
Pedra sobre pedra o seu desejo, o seu espanto.
Tinham de mudar o curso desses rios
tinham de suar. O sonho em ressaca
varria-lhes a vida. Não paravam.
As palavras eram o mais árduo
ofício de inventar. Julgavam que sabiam
com palavras. Os céus lentamente evoluíam
havia sempre a noite e sempre o dia.
nunca suspeitaram que morriam.
 
 
 
carlos poças falcão
arte nenhuma
poesia 1987-2012
opera omnia
2012



 

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