21 dezembro 2023

gonçalo m. tavares / os prédios dos pobres

 
 
O cão não urina junto à árvore
como já vi mulheres de banqueiros fazerem.
As duas patas de trás paralelas,
o rabo encostado ao tronco para evitar a queda,
e depois o mijo: quente, rápido e amarelo
como a cor dos prédios dos pobres
assinalados com a subtileza possível
          pelo arquitecto.
 
 
 
gonçalo m. tavares
1 poesia
relógio d´água
2004
 



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