03 agosto 2023

edmundo de bettencourt / nebulosa



 

Certo passado audaz sempre revive,
apenas, sob um céu menos escuro.
Quem vive para o futuro,
já o vive!
 
Futuro!
Quando te posso ver, por ti, plena aurora,
condena-te a presença:
és este agora
que possuo
como a abelha suga a rosa…
e sem que o resto me importe.
 
Mas ante sou depois, ver-te ou pensar-te
é ver uma nebulosa
– é como pensar na morte.
 
 
 
edmundo bettencourt
o momento e a legenda (1917-1930)
poemas de edmundo de bettencourt
assírio & alvim
1999
 



 

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