20 julho 2022

antónio manuel azevedo / pedido de empréstimo

 
 
 
Arranja-me uns versos para o verão.
Coisas de areia, de memória
e sem futuro. Passos das tuas coisas
em volta, a luz perdendo
que guia o pescador, o turista
e o amante em aventuras com o regresso
aos quartos onde repousa para o fim
a escassa vida.
 
Escreve como quem descreve quase
o fim do amor, da casa, do caminho
o teu ao meio-dia de agosto
quase inteiro de sol
e outras poentes alegrias.
 
 
 
antónio manuel azevedo
as escadas não têm degraus 3
livros cotovia
março 1990
 



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