11 abril 2022

sonnet mondal / vivendo memórias

 
 
O comprimento desta noite
parece mais longo do que a minha vida.
 
Ninguém sabe o que está dentro
e ninguém anseia por isso.
 
Todas as minhas experiências estão presas
 
Os seus nascimentos
foram carimbados pela dependência
como as trepadeiras
agarrando-se a uma antiga árvore despenteada
que alugou as suas folhas
aos incansáveis chilreares da experiência.
 
Eu sinto-me tão calmo, mapeio coisas para esquecer
Mas os pássaros do meu passado estão inquietos.
 
O sono está em toda a parte, excepto nas minhas memórias.
 
 
 
sonnet mondal
nervo/1
colectivo de poesia
janeiro/abril 2018
trad. de sérgio ninguém




 

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