23 fevereiro 2021

paul celan / nas estrias

 
 
NAS ESTRIAS
de moeda celeste pela fenda da porta,
forças tu a palavra
fora da qual rolei,
quando meus punhos trémulos
o tecto sobre nós
quebravam – ardósia por ardósia,
sílaba a sílaba – pelo amor
de um brilho
cobre, no prato do mendigo,
la em cima.
 
 
 
 
paul celan
trad. antónio magalhães
hífen 5 março
cadernos semestrais de poesia
tradução
1990






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