11 agosto 2020

paulo da costa domingos / rapa



Na fábrica da angústia,
onde jazem raciocínios
ditos científicos e os arranjos
convenientes ao lucro,
molda-se o sossego dos tribunais
na divisão das famílias.


¡O horror, a infâmia, a ordem
e as suas manobras, que sujam
a luminosa manhã da loba,
seu grito encurralado por injúrias,
leve-os o Diabo e escolha!

Na fábrica de cega ceifa
fecha-se os olhos ao veneno
moral dos broncos que olham,
roídos, por cima do ombro.

Expulsa do lugar onde reina
a ganância, o ruído e o ciúme
vai formosa e não segura: a Beleza.

Na luminosa manhã há que ouvir
O sussurro suave de passos, ou…

Nada.


paulo da costa domingos
a céu aberto
averno
2017






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