Fiz más decisões,
deixei que o mel doce da minha fé
secasse,
fossilizadas as orações extintas,
imóveis e ainda assim presentes.
Deixei todos os frascos por abrir
a ganhar pó no chão, alguns
ainda embrulhados.
Adiei a curiosidade,
assustei-me com a força para os abrir,
gastei demasiado tempo a sonhar.
Gasto demasiado tempo
a sonhar.
Juro que nunca quis envelhecer, eu juro.
Mas fiz más decisões
e deixei que o mel doce da minha fé secasse.
Fui ficando progressivamente cético e horrível
mente crente nos espelhos corporativos
e demasiado bonito à luz do frasco que inventei, já aberto
e de onde nasci.
Naquele espaço onde o mel nunca seca
e não existem decisões, sequer.
Juro que me arrependo de ter tentado envelhecer
e fiz más decisões
e deixei que o mel
doce da minha fé
secasse.
antónio carlos simão
nervo/7
colectivo de poesia
janeiro/março 2020
Foi falta de sonho.
ResponderEliminarOu demasiado sonhar.
Um beijinho indeciso.
Megy Maia